quarta-feira, 19 de março de 2014

Contando notícias - a narrativa no Jornalismo

por Victor Lambertucci


  Entre as 6 razões, que Luiz Gonzaga Motta* lança mão, para endossar o estudo das narrativas, percebe-se um esforço do autor de mostrar como esse tipo textual se faz presente, em peso, no cotidiano comunicativo da nossa sociedade. O relato de uma experiência, a argumentação para convencer alguém de alguma coisa, a descrição de um perfil, uma conversa no ônibus, todas essas situações estão carregadas do ato de narrar; o que é fácil de perceber, basta pensar em nossas experiências individuais.

     Mas o que mais instiga no texto de Motta, é refletir não só sobre a constante participação das narrativas em nosso dia-a-dia, mas em como existe por trás do narrar o que o autor classifica como uma atitude intencional e argumentativa. Em outras palavras, Luiz Gonzaga nos chama atenção para o fato de que a enunciação narrativa, por mais que seja algo natural, ao ponto que é figurinha marcada no álbum do cotidiano, por assim dizer, reúne também alguns parâmetros que a constroem, que lhe dão sentido. Esses atos configurativos do narrar são fatores heterogêneos, como o agente ou a pessoa que fala, os meios, intenções, circunstâncias, etc. Simplificadamente, isso significa que uma mesma história contada por dois interlocutores diferentes pode ganhar contornos distintos.


     Essa discussão do caráter construtivo da narração, traz-nos de volta a uma velha – mas sempre atual – discussão acerca do jornalismo. A profissão que tem como essência a busca pela verdade e objetividade, ou, em palavras mais claras, o propósito vital de transmitir no texto jornalístico o que de fato aconteceu, também é baseada em narrações do cotidiano. Mas não são as narrações carregadas de intenção e dependentes de variáveis circunstâncias? Será possível então retratar com fidelidade o fato, sem que ele ganhe contornos circunstanciais? De fato, não. Ou, quem sabe, sim. Ou em um terceiro questionamento, será que não é ambicioso demais dizer da verdade? Ao menos é uma verdade possível, carregada de verossimilhança e que cumpre seu propósito ao ponto de informar e promover a reflexão, trazer à luz, para fomentar a discussão.

* Luiz Gonzaga Motta é jornalista, mestre pela Indiana University (USA), doutor pela University of Wisconsin (USA), estágio de pós-doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha). É pesquisador do CNPq, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política (NEMP), do Núcleo de Estudos da Narrativa (NENA) e professor da Universidade de Brasília, onde desenvolve pesquisas sobre as narrativas jornalísticas, história do presente e a construção social da realidade.



terça-feira, 18 de março de 2014

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